sexta-feira, 14 de novembro de 2025

Mas tá tudo bem

Não sei amar raso,
por isso me atraso,
nado e me arraso,
enxugo e passo,
caminho e laço,
cavalo e cavaco,
com ou sem corda,
porque se batuca,
incomoda e machuca,
mas é a vida.

Por isso, repito:
não sei amar raso,
nisso me atraso,
nado e me arraso,
mas é a vida.

Você se convence,
eu fico feliz.
Que dor é o amor
de quem sabe amar
a vida e os objetos,
o mundo e as relações,
as cores e os sabores,
ciências e etc,
verdades e mentiras
na ótica do discurso.

Que viés me consome,
de ser eu em meu nome,
mas assim mato a fome,
desse mesmo amor cafona
que parece egoísta,
mas não sei amar raso
e nisso me atraso,
vou, nado e me arraso,
mas é a vida.




segunda-feira, 3 de novembro de 2025

Há algo mais

Eu me arrependo de me expor. Essa falta de quem me apoie, me entenda, me compreenda é tão dolorida, mas ao mesmo tempo não dá pra buscar alguém, não dá pra encontrar, só dá pra viver. No fim, eu aprendo um pouco mais sobre o mundo e sobre mim, e me apoio, me entendo, me compreendo. 

Se às vezes parece que me faltam amigos, às vezes o que me falta é apenas colo com tensão sexual latente. Um abraço, uma palavra amiga, uma palavra de orgulho de quem quer compenetrar na minha alma, com todas as doses de amor possíveis. Às vezes a falta é de um amor que sente sem limites, a ponto de compartilhar das ansiedades, dores, objetivos e frustrações. Pode ser que hoje seja assim que me sinta: deslocado, buscando motivos pra viver. 

Tenho medo de viver assim, sem muito propósito, porque adoecer poderia me levar mais fácil. Sinto que essa tristeza existencial vai consumindo meus neurônios, cardiomiócitos e pneumócitos. Seria caso de largar o cigarro, que é plano, meta, mas e daí? Sinto-me perdido, tentando vencer a inércia, não tanto pela dor do antigo amor ausente, mas dor de ter ausentado meu coração de sentir por alguém. Nesse ponto sim, vem a imagem dos meus queridos amigos, talvez eles sejam o que me mantém firme, mas não parece bastar. 

É sobre construir a vida: eu havia feito uma bela construção que ruiu e já está loteada - espero que sem o risco de trazer farpas ou pregos ao vento, mas e agora, o que vem? Se sou o homem que dizem que sou, se trago tão boas vibrações por onde passo, por que tanto sofrimento? O que fiz pra merecer essa angústia descamante que transcende o meio físico que abriga minha existência? É minha mente se perdendo de mim, meus sentidos confusos, minha dor no pescoço que não há travesseiro que cure, minha lombar que anseia pela dor do exercício físico que foi se perdendo.

Vale tanto a pena assim a sobriedade? É um sentimento tão inóspito que o que me resta é um pensar infantil, um pensar moral que me tranca o agir, que me torna tão quadrado e, enfim, só. Um a um dos que eu sempre mais gostei foram se distanciando. Agora eu me ponho nessa busca de quem possa estar por perto de maneira mais intensa, e com meu jeito infantil de ser, me abro, me exponho, jogo pra fora tudo isso que escrevo, e depois sou recebido com uma dose agressiva de resposta. Tão hostil, com tanta indiferença, provavelmente é o que mais dói.

Eu não pedi pra ser como sou, eu não pedi nada, eu só fui vivendo e não soube me preparar pro momento em que descobrisse que tudo o que falei, fiz e senti foi reflexo de uma assimetria com o mundo, que pra mim nada havia de diferente. Mas era. Agora tenho poucos (mas tenho!) em quem me espelhar, a quem observar, mas de que adianta? Buscar viver anestesiado com o queixo inchado, olhos disfuncionais e o cinturão dos pesos pesados? Pra quem será esse título se não para os outros? Pra mim o que fica? Fica a angústia que não me deixa fugir pras montanhas, que não me permite ser um ermitão, pois, é óbvio!, eu dependo da atenção alheia.

Parece que é um poço sem fundo, e solitário, sem as vozes lá em cima dizendo "vou buscar ajuda", "vai ficar tudo bem." Posso dizer que é ansiedade o que me aflige, mas lendo e relendo toda essa honestidade intelectual que me põe em risco, vejo que não é só. Há algo mais.

terça-feira, 28 de outubro de 2025

Resolução e paz

A maior desgraça que já me ocorreu 
tem nome, tem endereço,
só não tem apreço
e, sinto muito, já deu.

Não sou poeta, sou sonhador,
é diferente!
Componho com dor,
dor de amor ausente.
Ela nunca perdoou minha rejeição
e me rejeita com indecisão.

De que importa agora?
Só quero paz e resolução,
e nada de dar atenção
pra quem me dá bola fora.

Aí os que se importam reclamam comigo 
por eu ser intenso na desilusão.
Não percebi que só pensava no próprio umbigo,
mas ela deixou evidente em primeira mão.
Agora dirão que sou pobre coitado,
E o plano é curtir a vida adoidado.

Felizmente tenho autoconsciência,
mais de trinta e duas histórias,
e que ela tenha ciência,
que não foi baixo o número de vitórias.

Um mundo novo se apresenta,
terei humildade para vivê-lo.
Vou a pé ou a camelo,
pra aproveitá-lo em marcha lenta.

quinta-feira, 16 de outubro de 2025

Sendo

Eu te convido a ler este texto que consegui capturar um momento singular de transição de estados mentais de inquietação para superexcitação. 
 
Às vezes consigo proferir as palavras mais degradantes em momentos de solidão e tristeza que leio e me pergunto: quem é esse cara falando isso?

O problema é essencialmente acreditar que eu estou tão só ou tão triste. Sou um ser humano rodeado de bons amigos e, por fazer um pouquinho a mais que o mínimo, um homem interessante que atrai mulheres interessantes. Fato é que conheci uma mulher que me deixou as marcas severas que um grande amor deixa quando acaba e quando se insiste em tentar algo que já acabou. Honestamente, ela soube se lidar melhor que eu.

Me contaminei a mente com ideias tão libertárias que terceirizei o fogo e o ardor para lá também. Tanto autocontrole que perdi a oportunidade de viver em prol da excelência que a minha mediocridade supõe que eu deva ter. É um saco, trabalho de retorno à vida, ir aos poucos...

Espera aí! É difícil pois sou homem de beijos, de poesias, caminhares de mãos dadas no parque, sexo ao acordar, no vão da escada e antes de dormir. Sou homem que vê beleza ou inquietude por ranhuras na mesa de madeira. Não vou olhar pro asfalto sem enxergar simetrias na aleatoriedade das pedras que ali se encontram. Sou intenso no sentir e sinto pendências por amores passados. Dos que amei, dos que me apaixonei, dos que gostei, dos que maravilhosamente esculpi minha alma de prazer por meses, dos "oi, poesia, tchau e bênção". 

Que aterrorizante é a sensação de ter adormecido minha sexualidade ainda que com raros encontros casuais sem cor, sabor ou cheiro. Os encontros que me dividi em porções de pena: minha e dela, que não corresponderam a vivenciar minha sexualidade, mas um teatro de atores cansados, com máscaras sorrindo e uma sexualidade pobre de quem se contenta com um orgasmo barato numa cama suja de profanação do belo.

Terceirizei, sim, o orgasmo à minha contemplação do sujo, violento e degradante cinematográfico. Paguei e pago os preços por isto, ainda que caminhe para longe das minhas antigas algemas, já que sua vista me fez sofrer. Eu aprendi a não olhar pra trás, aprendi mesmo!, mas como dói quando pega pra doer. No inverno, são os ossos que doem; na primavera, o corpo fadigado e inoperante.

Pode parecer que eu estou querendo falar sobre o despertar, o "tão aguardado" despertar, mas não estou. É contemplação do momento, do momento de autopercepção. Eu sei sentir borboletas na barriga e não faz muito que senti, mas elas voaram tão logo percebi que não pudemos seguir viagem. Acho que eu expulsei as borboletas dela, justamente por esse vazio, que não é cérebro, não é pinto, não é vagina, não é seio, é vazio!, é intumescência do fracasso!, é dor que desatina doendo. Fadiga? É fadiga sim! Cansaço, exaustão mental dos tantos anos rodando a manivela, dando voltas no oceano das inquietações, mas sem mergulhar, só vivendo à margem do medo de existir. E é tudo tão cascudo, tão rígido e seco, tão intrincado, tão morfologicamente abstrato, que é ruim de escrever sem fazer careta.

Não há despertar que não conscientize a plenitude. Há o pleno! O barato do pleno é que não há dúvida, não há parede, obstáculo ou cisão. O pleno concede paz imaterial, concede o riso hippie, autoriza os passos mais distantes, revigora a potência do saber, traz a inocência da alma que consegue, sim, consegue ver com paixão as sutilezas do vil e do que há de mais inóspito à compaixão. O pleno é o meio que não tem início nem fim. O pleno é o jogo de dardos que não precisa acertar num alvo, pois tudo é acerto, pois é desprezível a competição, é desprezível o "fazer melhor". Aceita-se, bebe-se e vive-se.

Como então eu poderia me queixar da solidão e da tristeza, se são cacos, recortes, rituais mal sucedidos de uma falha na observação constante de si? Eu posso me conectar ao mais profundo eu, estando em distância infinita de qualquer outro ser, e mesmo assim não ter qualquer sensação ruim. Isso porque entre eu e 'o eu' impera o vazio, mas distorcendo, cria-se essa falsa noção de que entre o que sou e o que enxergo que sou há uma ruptura, uma falha. Existe distração, não disformidade. E de onde vem? Vem do desejo de corromper-se, de afastar-se da própria previsão, só para mostrar para uma plateia de cadeiras que consegue ser imprevisível.

O aleatório não é sobre ser imprevisível, sua beleza não é esta, são suas relações, é a concepção de que não há controle sobre o ato, mas que o ato pode se observar e pode não se observar, concomitantemente, enquanto se pensa a respeito. É com isso que alinho minha noção de plenitude; onde o pleno transmuta por cenários que se prostram e não há mais que uma única certeza: há algo e talvez esse algo não exista. É sobre isso minha tatuagem.
 
Reconheço-me como o que sou: um ser. Minha pequeneza e mediocridade perante o tempo, o espaço e os outros seres é valiosa, é minha arma secreta contra mim. Agora no que tange ao meu imaginário, sou a realização do processo canônico que me representa, sou a perfeição, sou o devir, sou o objeto que transcreve na história as carícias que faço de contemplação pelo viver. Sou, enfim, a busca e o resultado da busca, a serpente e sua vítima fatal, sou o ardente desejo de firmar-me além do que meus olhos podem ver. Sou Denis.

segunda-feira, 29 de setembro de 2025

Apostar em cara é melhor que pensar em como não dar coroa

Nessa tal sociedade líquida e fragmentada, que tão difícil é para alguém solteiro conceber unir-se com alguém!

E é tão difícil assim consolidar isto? Digo porque a concepção do ato pode ser mais difícil que sua consolidação. Não é masturbação mental, é só pensar que a concepção de um relacionamento sério, um namoro, um casamento, enfim, a concepção da união por aquela pessoa que está solteira é uma noção que, primeiro, é fabricada antes da experiência, e em segundo lugar, depende do contexto histórico, geográfico e socioeconômico da pessoa. Partamos deste ponto.

Se a concepção vem antes da experiência, então ela é induzida pela observação e pela idealização. Não há receita mais trágica que esta para os encontros de pessoas se conhecendo, afinal de contas, a idealização nos transforma a nós mesmos em seres distantes da realidade, e a observação de casais nesse momento líquido da sociedade nos faz ver apenas fotos e vídeos exagerados e utópicos (e cafonas, pois!). Um ponto breve, bem pessoal e particular, é que isso me parece uma consequência trágica desse novo Capitalismo, que também é líquido, baseado em serviços e relações efêmeras entre as partes que exploram e as que são exploradas. 

Por que defendo que são líquidas? Porque hoje não podemos recortar e analisar com cuidado, são relações volúveis; se segurarmos nas mãos, não firmam. No caso relacional, isso me parece corresponder a relações desprovidas de sentimentos pelo outro, são relações do ego; são relações que buscam única e exclusivamente o orgasmo e, quando muito, um café na sequência. "E qual o problema nisso?", como tantos diriam, é a pergunta que me confirma o meu ponto. 

É assim que diversas relações têm se construído hoje: uma grande orgia com roupas cortadas. Não há o sabor salgado do outro, nem o toque físico com pelos entrelaçados, nem o cheiro da pele, nem a mistura dos suores. Não há música, não há poesia, é só depravação culposa com o sabor narcisista, bem pornográfica, performática, com pênis e vaginas para todos os lados mas desligados do outro, imersos em suas próprias fantasias. Constroem-se então essas relações totalmente virtuais e desesperadamente líquidas - casais que não conversam, que não pensam em conjunto, que não se comprometem em carne e espírito, enfim, como a continuação de uma pobre orgia de duas pessoas vestidas.

Esses são os casais que observamos hoje: ostentam suas fotos de viagens aos caríssimos e chatíssimos destinos, com shows de pirofagia nas mesas dos restaurantes que frequentam - flambados, como são flambados - e seus figurinos impecáveis, com relógio de pulso que o pobre deseja e nunca vai comprar, camisas limpas e passadas que, não fosse um pequeníssimo detalhe da marca, passariam despercebidas, tênis forçosamente caros, botox e harmonização facial, tão dentro da perfeição! Ah, os shows! Os shows que não são espetáculo, os shows de "eu estava lá!", os shows em que se vibra artificialmente. São esses os casais observados: vidas padronizadas, todas indicando que o 'caminho' é este e tão somente este.

Nos sobra então o contexto. Aqui temos a parte mais difícil, que é a parte onde toda essa (nossa) imaginação deturpada se desenvolve. O nosso contexto é o nosso confronto com a noção de mundo vivida, e penso que é o suporte da nossa contradição humana: é onde eu sei de um mundo em que atuo, e sei de outros que também atuam, onde formo uma concepção sobre como eu atuo e como os outros atuam, onde os outros formam uma concepção sobre como atuam e como eu atuo, onde infiro sobre a concepção deles sobre mim; é onde eu li a respeito e ou confirmei o que li, ou discordei do que li, ou relativizei o que li. Enfim, eu entendo o cerne do contexto como a contradição.

Certamente, a contradição se revela mais para pouquíssimas pessoas e menos ou nada para muitíssimas. Aí com esse conceito de um mundo de contradições, vem e surge o quê? Surge o relacionar-se! Relacionar-se é então esse conjunto do que sei que sei, do que não sei, do que sei que não sei, do que sei que o outro sabe, do que acho que o outro sabe, do que o outro sabe de mim e por aí vai. É uma confusão mental (e a contradição não é a confusão) que nos faz, já atordoados com as formas do mundo nos surpreender de maneira negativa, confundir qual será a imponente desgraça que virá e, assim, nos tornar ansiosos, contando apenas com o mínimo. É um caminhar aleatoriamente num campo minado, onde as minas são decepções.

Do nosso suporte, ou contexto, fantasiamos de maneira insalubre a união. Trágico! A vida pensada é trágica! E não pra menos, o pensar a vida é um exercício de recortar detalhes e analisá-los. E isso pode ser tudo exceto viver. A vida é vivida, racionalizar o viver é injetar ansiedade na sua existência. Pensar sobre como é a união não é unir-se, é botar em algo que faz parte do ciclo natural padrão uma barreira chamada ansiedade. Então, sim, concordo com o que tantas vezes ouvi, que tem sido insalubre relacionar-se. E por que? Porque carregamos as contradições desses tempos de pensamentos efêmeros e vazios na própria conduta a partir da racionalização. Não tem como dar certo! Sei que falando assim de maneira tão abstrata parece que isso é um capricho revisionista, mas não é, a vida merece ser vivida e entender ela apenas desse ponto e de mais nenhum é a melhor forma de perceber que conceber a união está longe demais de consolidar a união.

Afinal de contas, todos temos necessidades, desejos e sentimentos. Não se esqueça: "há tanta vida lá fora!", não precisa buscar lógica porque a lógica convencional falha. Apenas viva e consolide a execução das suas necessidades!

terça-feira, 26 de agosto de 2025

Melhor (?) que ponto final

Ela não entendeu,
não entendeu minhas palavras.
Doeu quando percebi,
quando vi, quando senti.
e ela seguiu sem ter entendido.

Disse-lhe que era o fim,
ela disse que não,
que talvez não,
que possivelmente não,
mas era o fim.
Da minha parte, 
O fim.

É insuportável ver o amor
que tanto criou e lapidou
(e lapidou!)
tendo um fim
que não a comunhão,
que não a construção, 
mas aí não vou botar a culpa em ninguém.

É tempo de viver,
tanta gente chateei,
gente disposta a amar,
a viver, também,
e eu lá preso no meu circunflexo.
indo e vindo pra machucar.

Levanto a âncora.
Agora sei,
e entendo (tão) perfeitamente,
a origem da dor
que doía todas as vezes que queria
e não conseguia
escrever esta poesia.

Adeus. 

sexta-feira, 15 de março de 2024

Dois pesos, duas medidas

Queria me confrontar, queria, queria, mas somos tão parecidos, eu e eu, que não sei se é possível. Não sei se quero. Não sei se estou confortável mais em viver despido de mim e me vestir nalguns momentos, nalguns momentos quando tenho que dizer "socorro, vem aqui".

Por que me faço de inimigo se sou tantas vezes meu tão único amigo? E sei que sou, mas não colaboro. Alternamos eu e eu, uma hora o amigo, outra o mais amigo... Tem horas que não sei qual é mais amigo! Excesso de informação útil pra um, inútil pro outro, mas eu colho, eu vivo, eu ajunto fragmentos, eu dispo. E quem fez isso tudo, se não fui eu mesmo? O outro nunca!

Matemática, contagem, teorema, segue à risca, segue a risca, segue tudo e aí mãos dadas, mas nem sempre tão dadas assim, ainda que dadas. Bipolar ou surtado? Colabore-me! Se sou fingidor ou frustrado, se são necessários 40% e sou 35%, qual a margem? E o que diz eu sobre isso quando eu estou aqui frustrado? (Ou fingido). Não fossem os metais na sua uniformidade (diferente dos cristais), diria que tudo são colchas de retalhos e o ser algo é relativo à mente de quem o torna assim. Aí há consenso sobre a dúvida, então é legítimo. Até porque a ideia é antiga.

São tantos pontos de divergência aparente e convergência certa que buscar contra-exemplos parece passatempo, bruxaria ou sessão das 10. Aí as mãos aplaudem porque, afinal, o movimento seria coordenado. Saudades dos aplausos. Onde fomos parar (agora enquanto sociedade)?

Vão puxar a referência de Raul, mas será que eu posso deixá-la imediata pra mim mesmo? Que palavrão eu pensei! É cansativo e enigmático. Tanto pra mim, quanto pra mim, pra mim, pra mim e pra mim. É um turbilhão, um redemoínho, mas tudo escapa, nada reprime. E onde foi parar aquele assunto, tão especial?

Minhas palavras são aparentemente confusas, mas só há um pra quem as escrevo. Pra ele, imediatas. Ele? Imediato. Assunto? Mais que especial.