segunda-feira, 28 de abril de 2014

Falta amor

Pra me iludir e depois chorar.

Eu tive um sonho que mexeu comigo, abalou todas as possíveis estruturas e modernizou minha percepção sobre a percepção platônica. Veio como um disparo que atrelou minha mente ao meu coração em questão de minutos ou horas, e rompeu esse espírito imoral que me veste com suas distopias sobre o amor que nunca teria existido.

Antes que eu pudesse me dominar por essa aura negativa de pensamentos produzidos no vazio, eu já havia experimentado reorganizar meus sentimentos e ampliá-los para com algumas pessoas que, no caso, meus pais e para com os animais em geral. Quanto às pessoas, foi melhor ter ido gradativamente, porque não confiava muito nelas. E muita coisa tem mudado, mesmo com todos esses conceitos abstratos de amor, também com animais; me sinto mais livre, principalmente quando escrevo versos nos momentos em que estou só.

Pois é, mas agora não é hora de ficar falando tanto sobre mim e sim sobre o meu pensamento, os meus pensamentos. Essas reviravoltas da vida têm limitado minha existência cartesiana ("duvido, logo penso, logo sou"), não consigo chegar ao ápice da criação, fazendo, assim, dentre outras coisas, inúmeros retalhos textuais desempregados nos meus cadernos, blocos e blog. E em que isso me prejudica? Os retalhos sempre me auxiliaram a me nortear, fico meio perdido dessa forma.

Não precisa se preocupar - ou precisa, dependendo de quanto ódio você tem por mim -, eu venci um dos pensamentos mais difíceis, que seria desistir de tudo, inclusive de estar vivo, e não foi fácil. Não tem sido fácil, é um processo dinâmico de escolhas que nem a equação mais perfeita poderia dar a resposta. Toda e qualquer escolha que faço hoje, pode repercutir daqui a dois anos, o que realmente faz sentido quando penso naquilo que fiz a dois, três, dez anos atrás (mesmo quando criança), e isso traz um peso às decisões, que, repito, nenhuma equação pode ajudar, é questão de senso crítico pra ver onde pode chegar e coração pra saber se vale a pena chegar.

Onde chegamos? No grande 2014, o ano da copa. E o ano em que me senti obrigado a arrumar um trabalho, o ano em que me senti obrigado a dar assistência aos que enxergam em mim um exemplo, o ano em que tudo poderia finalmente tomar um rumo diferente, o ano em que eu tive o sonho mais lindo e, ao mesmo tempo, mais triste de todos.

Sonhei com uma pessoa ideal: ela era a conversa mais agradável da minha vida, fazia o melhor sexo da minha vida, beijava o melhor beijo da minha vida e sorria o sorriso mais bonito da minha vida. Talvez por isso tudo, foi apenas um sonho, foi uma nova percepção do platonismo, foi uma nova ilusão que me calou de forma efêmera... pra depois, quem sabe, chorar.

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