segunda-feira, 21 de julho de 2014

Egocêntrico - O Espelho

Um novo pensamento, um novo atrito. Desta vez, estou me satisfazendo com um dos crimes da razão: o de olhar-se no espelho.

Quando me olho no espelho, enxergo a diferença gritante entre a decadência e a evolução. Parece que estou muito bem como "uma pessoa", mas desleixado como "pessoa." Isso deve acontecer porque os olhos que vêem estão sobrepondo valores na visão dos olhos que sentem.

Eu posso explicar: estou muito mal-acostumado! Não é raro eu ouvir que sou exemplar, mas qualquer pessoa que diga isso não saberia responder se fosse indagada "em quê?" Ok, confesso que sei trilhar, de alguma forma, o meu caminho, mas essas trilhas não são das mais belas. Tudo que tenho hoje veio de uma certa facilidade porque justamente eu consigo ser capaz de desistir ou procrastinar meus desafios.

Ah, os desafios...

Realmente, há um contentamento descontente no "sobretudo da vida." Eu não posso (nem deveria) por a culpa no outrem, a culpa de ter acreditado que nada é impossível - o sonho liberalista. De fato, em quem acredita nisso, há a possibilidade de restringir o impossível a nada. Mas eu estou com 21, já vi muitos possíveis desnecessários e muitos necessários impossíveis. Ainda vou ver muito mais, mas estou aborrecido com a desilusão que me submeti por justamente acreditar nela e creditarem ela a mim.

Parece meio agressivo, mas a opinião das pessoas é desprezível para o trilhar da vida. Isso eu já aprendi, mas ainda não consegui praticar. Toda vez que eu vou conseguindo fechar minha cabeça numa área de estudo, principalmente a área dos números complexos, chegam pessoas, novas ou velhas, e me fazem ver o quão só estou.

Droga! Eu procuro a excelência pela solidão, mas não consigo sequer respirar quando percebo que qualquer progresso que eu faça na vida é inútil se não puder ser contemplado, criticado ou desenvolvido por outras pessoas.

Aí que deve morar o ponto da questão: será o espelho um objeto de autoflagelação ou será a solidão um tempo perdido?