Aquele velho papo, do qual os rapazes de bem - veja que aqui me incluirei no decorrer dessas palavras - buscam entender, das palavras que exorbitam deselegância perante o ânimo juvenil, esse de festas, relacionamentos sérios e relacionamentos festivos também. Uma moléstia com o intelecto, verdadeiro dissabor da seriedade e demais hábitos saudáveis de mentes pouco mais austeras. Tudo isso por inquietação, freneticidade, apetite sexual descompromissado aguçado. E aí nós, os rapazes de bem, somos os vilões que nunca deram oportunidade, sendo que apenas cumprimos com o que disseram-nos lá atrás: "Você é pra casar, não pra agora."
Do caso específico, eu, não gosto de ostentar promiscuidade e não que essa seja uma das minhas qualidades, mas acredito que se fosse, não deveria ser explanada assim como qualquer pensamento que diga respeito à minha vida pessoal, pois a publicidade do meu eu para com os meus próximos é única a esses, inda mais quando se refere a relacionamentos que sejam carnais, apenas ou também. Mas isso não diz nada sobre eu poder ou não ter minhas aventuras, o que causa minha irritação por esse dialético e complexo papo.
Do caso geral, nós, os rapazes de bem, não temos qualquer apelo por simplismo, casos complicados podem até ser interessantíssimos, mas a demásia dessa complicação, tal como uma condição de tempo em anos, é de se surtar. Assim, a repudiável expressão "desilusão amorosa" faz-se como o movimento da (pois bem, é uma estrela) Sol na Terra: aparece e desaparece, por mais que você saiba que sempre reaparecerá. A diferença é que uma hora tudo cansa e o desleixo que isso gera é uma longa desilusão amorosa, de forma mais "eufêmica", matrimônio. Esse, que de tão mencionado, é acatado sob indiferença sentimental e enojado por quem o disse num primeiro instante.
E o grande mártir disso tudo, no fim ou novo começo da história, é quem? Pois é, a mocinha que quis viver velando-me de seus "capricos imorais" e prazeres mundanos. Grande feito! E eu? Tornei-me o intransigente, o grande implacável que não sabe esperar o momento certo, um exemplar ignorante que vive alienado sobre o mundo.
Portanto, preste atenção: a sagacidade dos mais desfavorecidos é manter-se longe dessa sua fama. E quanto aos rapazes de bem, firmes no que diz respeito às escolhas, flexíveis em relação às consequências. Mas não vá pensar que com isso nós somos diferentes, pois é justamente o que não queremos.